Eu gosto de acordar com a brisa leve
subjacente ao tocar meu rosto,
eu gosto do acordar inerte, suave
sob os lençóis brancos e finos
que cobrem meu corpo adormecido
gosto do calor, do afago.
gosto da crença, do crer na verdade
gosto do olhar de criança, inocente
e ingenuo
Eu que vejo o sol nascer e despreender-se
na ausência da escuridão.
talvez eu continue aqui a vagar por versos
a prosear para esquecer a dor
talvez eu apenas continue sonhando
para burlar o real
e talvez eu esconda meu olhar profundo
ou as lágrimas precisamente escondidas
talvez eu simplesmente silencie.
mas prefiro que não abafem meu grito
e talvez eu queira escrever nas paredes
com sangue o mais profundo verso
sobre a ilusão dos meus dias.
Raíssa Noronha
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