Minha lente de aumento da realidade, mesmo que instantanea. É meu quebra-cabeça, meu refúgio, minha ponte, como boas vindas aos sentimentos, é meu passaporte para horas distraidas, mundos distantes e meus vazios, muitos vazios. Bem vindo ao meu esconderijo, nada melhor do que uma metalinguagem pra descrever, poesia por poesia.
domingo, 26 de julho de 2009
Raíssa Noronha
Eu gosto de acordar com a brisa leve
subjacente ao tocar meu rosto,
eu gosto do acordar inerte, suave
sob os lençóis brancos e finos
que cobrem meu corpo adormecido
gosto do calor, do afago.
gosto da crença, do crer na verdade
gosto do olhar de criança, inocente
e ingenuo
Eu que vejo o sol nascer e despreender-se
na ausência da escuridão.
talvez eu continue aqui a vagar por versos
a prosear para esquecer a dor
talvez eu apenas continue sonhando
para burlar o real
e talvez eu esconda meu olhar profundo
ou as lágrimas precisamente escondidas
talvez eu simplesmente silencie.
mas prefiro que não abafem meu grito
e talvez eu queira escrever nas paredes
com sangue o mais profundo verso
sobre a ilusão dos meus dias.
Raíssa Noronha